AVC: o que é, quais são as causas e os sintomas

O AVC é um dos mais preocupantes problemas de saúde pública da atualidade, constituindo-se uma das patologias neurológicas de maior prevalência e, ainda, uma das principais causas de incapacidade temporária ou definitiva. No Brasil, anualmente, são registradas 68 mil mortes por AVC.

O acidente vascular cerebral, conhecido popularmente como AVC, é uma síndrome que consiste no desenvolvimento rápido de distúrbios clínicos focais da função cerebral, global no caso do coma, que duram mais de 24 horas ou conduzem à morte sem outra causa aparente que não a de origem vascular. O AVC é um dos mais preocupantes problemas de saúde pública da atualidade, constituindo-se uma das patologias neurológicas de maior prevalência e, ainda, uma das principais causas de incapacidade temporária ou definitiva. No Brasil, anualmente, são registradas 68 mil mortes por AVC.

Na população mais jovem, esta patologia tem um efeito especialmente devastador para o doente e sua família, estando associada à sequelas físicas, emocionais e sociais que se traduzem em uma pior qualidade de vida. O limite superior de idade para definição de AVC no adulto jovem varia conforme os diferentes estudos, encontrando-se habitualmente entre os 40 e os 55 anos.

FATORES DE RISCO

Hipertensão arterial: É um dos mais importantes fatores de risco cardiovascular e é igualmente um fator de risco independente para AVC (tanto isquêmico como hemorrágico), sendo reportada em 19% a 39% dos jovens com AVC. Existe uma íntima relação entre a condição da pressão arterial e o risco de AVC. Níveis séricos aumentados de colesterol total são um fator de risco para AVC isquêmico, embora pareça existir uma relação inversa entre os níveis de colesterol total e o risco de AVC hemorrágico.

Tabagismo: Aumenta o risco de isquemia cerebral e hemorragia subaracnóidea, sendo ainda inconclusivos os dados quanto ao eventual risco para a hemorragia cerebral. Estudos epidemiológicos mostram redução do risco de AVC com a cessação do tabagismo.

Diabetes: É um FR independente para o AVC; mais do que dobra o risco de AVC isquêmico. Aproximadamente 20% dos diabéticos irão falecer devido ao AVC; aumenta também

O risco de AVC hemorrágico. O pré-diabetes e a resistência à insulina também estão associadas ao AVC. Diabetes é uma doença bastante prevalente na população e aumenta com a idade.

Dislipidemias: Muitos estudos têm comprovado que o colesterol total e a fração LDL elevados e a fração HDL reduzida são riscos para o AVC; quanto às triglicérides, existe alguma controvérsia, mas a tendência também é de se enquadrar como fator de risco.

Dieta: A redução da ingestão de sódio e o aumento da ingestão de potássio são recomendados (Classe 1; Nível de evidência A); o consumo de frutas, vegetais e alimentação pobre em gorduras também é recomendado (Classe 1; Nível de evidência A); a dieta do Mediterrâneo suplementada com castanhas pode ser considerada (Classe 2a; Nível de evidência B).

Atividade física: É recomendada, pois está relacionada com redução do risco de AVC (Classe 1; Nível de evidência B). Adultos sadios devem praticar, pelo menos, 40 minutos de atividade física, de três a quatro vezes por semana, exercícios leves a moderados (Classe 1; Nível de evidência B).

Obesidade e distribuição da gordura corporal: Existem fortes evidências de que o aumento do peso está associado ao aumento do risco de AVC, mas não é claro se a redução isolada do peso reduz o risco, pois normalmente nessa eventualidade, os outros principais fatores de risco são melhor controlados. Pacientes com sobrepeso (com índice de massa corpórea, IMC, de 25 kg/m2 a 29 kg/m2) e obesos (IMC > 30 kg/m2 ) devem ter maior controle da pressão arterial (PA) (Classe 1, Nível de evidência A) e serem estimulados a perder peso (Classe 1, Nível de evidência B).  O perímetro da cintura deve ser mantido inferior a 102 cm para homens e 88 cm para as mulheres.

Cardiopatias: Importantes fatores de risco para o AVC, principalmente as arritmias, com destaque à fibrilação atrial.

Estenose carotídea assintomática: A estenose assintomática das artérias carótidas tem sido implicada por diferentes autores como fator de risco para o AVC; porém, a sua abordagem referente a melhor conduta ser intervencionista, clínica ou cirúrgica ainda são motivo de muita controvérsia. Além do grau de estenose, deve-se pensar na situação como uma doença carotídea e averiguar as características morfológicas, funcionais e, se possível, analisar o grau de inflamação da placa.

 

PREVENÇÃO

Apesar de toda a gravidade que o AVC representa, é uma doença com boa possibilidade de prevenção e as medidas preventivas são fundamentais em qualquer estratégia de saúde. A prevenção primária é particularmente importante, uma vez que mais de 77% dos AVCs ocorrem pela primeira vez devido a fatores de risco que podem ser investigados e detectados para sua correção deles. As medidas preventivas têm bons resultados, como mostram estatísticas de países desenvolvidos, com taxas de 40% de redução de AVC num período de 20 anos. Os 10 mais importantes fatores de risco modificáveis para o AVC estão presentes em 90% dos casos.

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REFERÊNCIAS:

 Goulart, B.N.G.; ET AL. Caracterização de acidente vascular cerebral com enfoque em distúrbios da comunicação oral em pacientes de um hospital regional. Audiol Commun Res. 2016;21:e1603.

Rolim, C.L.R.C.; Martins, M. Qualidade do cuidado ao acidente vascular cerebral isquêmico no SUS. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 27(11):2106-2116, nov., 2011.

CORREIA, João Paulo et al. Investigação Etiológica do Acidente Vascular Cerebral no Adulto Jovem. Medicina Interna, Lisboa, v. 25, n. 3, p. 213-223, set. 2018.  

GagliardiI, R.J. Prevenção primária da doença cerebrovascular. Diagn Tratamento. 2015;20(3):88-94.

 

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