Coleta de Sangue a Vácuo

Erros Pré-Analíticos que Tornam a Coleta de Sangue Inadequada

A execução de uma coleta de material biológico adequada e de resultado confiável, depende, sobretudo, de uma fase pré-analítica bem executada garantindo a segurança do paciente, do técnico profissional e da amostra coletada para análise.
Coleta de Sangue a Vácuo
Coleta de Sangue a Vácuo

O laboratório de análises clínicas tem como principal finalidade abranger e apoiar a obtenção de resultados fidedignos que auxiliam no critério de avaliação técnica de raciocínio médico, promovendo a oportunidade de atingir um diagnóstico prevalente daquele indivíduo.

Contudo, a execução de uma coleta de material biológico adequada, com parâmetros de excelência e resultado confiável, depende, sobretudo, de uma fase pré-analítica bem executada garantindo a segurança do paciente, do técnico profissional e da amostra coletada para análise, processo que é finalizado com o laudo, que é o texto com o parecer técnico sobre o diagnóstico.

A qualidade de um laboratório de análises clínicas está diretamente ligado à ideia de que quanto maior o controle, menores serão as variáveis que induzirão ao erro. Desta maneira, são primordiais a implementação e a aderência à educação continuada entre os profissionais, assim como capacitações sobre processos e condutas, padronização de insumo na instituição e a preparação com orientação do exame ao paciente.

De acordo com estudos e comprovações, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial/SBPC/ML, constatou a concentração de desacertos e consequentes falhas de resultados, tornando-os inconsistentes, que não contribuem para o quadro clínico do paciente. Alcançou-se cerca de 70% dos erros na fase pré-analítica, percebendo assim que o exercício da prática inadequada, desde a orientação do paciente até a conferência da etiqueta contendo dados do paciente na amostra, a ingestão de bebida alcoólica, a alimentação inadequada, o descumprimento do tempo solicitado de jejum e a interrupção de uso contínuo de medicação no dia do exame, são consequências de uma amostra inapropriada.

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Variáveis que interferem no pré-analítico

Apesar da frequente exposição dos laboratórios ao erro pré-analítico por diversos fatores, é importante que haja um bom controle e programas de padronização, além de protocolos bem estabelecidos na área pré-analítica e analítica, garantindo uma conduta de exatidão sobre os resultados de exame em meio à ética, à responsabilidade, à segurança e ao controle de excelência no atendimento ao paciente.

Algumas das causas que mais estão ligadas à indução ao erro de coleta de sangue na fase pré-analítica é a hemólise, que é o rompimento das hemácias. Sendo assim, o tubo torna-se descartável, pois se perde a sua funcionalidade.

Este processo se desencadeia por diversas variáveis que induzem à perda do material, como: não comprimento da Ordem de Coleta (imagem abaixo), falta de homogeneização ou inversão do tubo pós-coleta; aspiração do volume não compatível com o tamanho do tubo; segregação na horizontal após a coleta, não aguardando a retração do coágulo e completa coagulação do sangue; coleta de sangue através do sistema aberto com seringas; scalps e agulhas hipodérmicas; tempo prolongado de garroteamento do membro que será puncionado e transporte das amostras em locais e maneira que prejudica a amostra.

Ordem de Coleta de Sangue | SBPC/ML 2014
Ordem de Coleta de Sangue | SBPC/ML 2014

 

Segundo o vice-presidente da SBPC/ML, Ismar Venâncio Barbosa, 2011 citou: “O erro humano não pode ser totalmente excluído, mas os de procedimentos pré-analíticos podem e devem ser evitados”.

Sendo assim, concluímos que cada processo estabelecido por um laboratório de análises clínicas está ligado ao nível de maior exigência e experiência proposto em cada setor e em cada fase, sendo no pré-analítico, analítico ou pós-analítico, com a emissão do laudo, não tolerando falhas e, consequentemente, perda de amostras.

Para que isso seja evitado e controlado, o laboratório deve ter a responsabilidade de garantir o preparo correto de cada tipo de exame que o paciente precisa coletar, contar com a colaboração da comunicação entre setores, médicos, profissionais atuantes no pré-analítico e o paciente, e, além disso, controlar e garantir indicadores de qualidade visando um melhor atendimento a cada dia, tornando-se assim um laboratório diferenciado.

 

Fonte: Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial – 2014 (Coleta e Preparo de Material Biológico) | Imagem: Divulgação

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