Scalp e cateter: qual a diferença entre eles?

O scalp que conhecemos deu origem ao cateter periférico, sua utilização e recomendada para períodos prolongados ou que exijam a administração de medicamentos com maior risco de causar inflamações nas veias ou lesões na pele do paciente, enquanto o scalp é um dispositivo para curto prazo.
O scalp deve ser utilizado para administração imediata de medicação, onde não há necessidade de se manter o acesso no paciente. Já o cateter deve ser empregado para utilização intermitente de fluídos, onde há a necessidade de se manter o acesso no paciente por um período prolongado.

A utilização do dispositivo de infusão intravenosa, conhecido pelos profissionais de saúde como scalp e popularmente como butterfly, teve início em meados dos anos 1940. A princípio, o tempo de permanência desse dispositivo no acesso do paciente ultrapassava 24 horas. Esta ação causava certo desconforto, pois durante o tempo em que o paciente permanecia com o acesso, o braço e o antebraço (ou a mão) ficava sob uma tala que era fixada com esparadrapo. Esse procedimento era necessário para que não houvesse a dobra ou a perda do acesso durante algum movimento, como, por exemplo, no caso de o paciente precisar ir ao banheiro. No caso de crianças, era ainda mais complicado, pois elas tentavam arrancar o acesso, o local ficava quente e a pele marcada.

O scalp é composto de agulha nos calibres 19G, 21G, 23G, 25G e 27G, que é acoplada a uma aleta para empunhadura (apelidado de butterfly) que, por sua vez, está ligada a uma mangueira extensora que tem um conector 6% luer onde se conecta a seringa ou equipo para a administração da medicação. Essa extremidade vem com uma tampa de proteção que deve ser removida no momento em que a medicação será infundida. Como esta tampa serve apenas para proteção e não para vedação, os profissionais de enfermagem heparinizavam o dispositivo para evitar coágulos e obstruções no caso dos pacientes que necessitavam permanecer com o acesso por um período prolongado. Além disso, havia o risco de vazamento de sangue, o que aumentava muito o risco de contaminação no paciente e no profissional.

Atualmente, este dispositivo pode ser encontrado como scalp simples ou com dispositivo de segurança, um mecanismo que recobre a ponta da agulha após a utilização, evitando acidente ocupacional.

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Diante disso, houve a necessidade de desenvolver um produto com polímero que pudesse permanecer no acesso do paciente por um período prolongado sem causar edema local, eritema ao redor do sítio de inserção, flebite, incômodo, vazamento de sangue e formação de coágulos, dando ao paciente maior mobilidade com menor risco de perda do acesso e diminuição dos riscos de contaminação, além de facilitar o trabalho dos profissionais de enfermagem e diminuir o número de inserções no paciente.

Na década de 1950, iniciou-se o uso da agulha de Rochester. Ela é envolta a um cilindro de resina cuja técnica de inserção consiste na perfuração do vaso sanguíneo pela agulha, seguida do deslocamento do cilindro para o lúmen do vaso com a imediata remoção da agulha, assim que se observava o retorno sanguíneo. Nascia, então, o cateter venoso periférico.

Os cateteres venosos periféricos proporcionam maior conforto e segurança aos pacientes e aos profissionais. Eles são recomendados na utilização por períodos prolongados ou que exijam a administração de medicamentos com maior risco de causar inflamações nas veias ou lesões na pele do paciente. E também no caso de extravasamento, quando podem causar contaminação do profissional, como no caso das medicações quimioterápicas.

A agulha é confeccionada em aço inoxidável com bísel trifacetado com a finalidade de perfurar a pele até chegar ao acesso venoso, preservando a integridade do cilindro, evitando que ele se dobre ou se quebre até chegar ao vaso. Ele é confeccionado de polímero policloreto de vinila (FEP (Teflon®) ou Vialon), ou polímero poliuretano (PU), ambos flexíveis, de calibres 14G, 16G, 20G,22G,24G e 26G. Em uma das extremidades possui um conector 6% luer onde se observa o retorno sanguíneo e promove a conexão com a seringa, equipo, multivias, etc. para que se inicie a infusão. Há também opção com dispositivo de segurança, um mecanismo que recobre a ponta da agulha após a utilização, evitando acidente ocupacional.

O destaque fica por conta do cateter 26G, uma das cânulas mais finas existentes atualmente no mercado para esse dispositivo, com indicação para neonatos e idosos que possuem veias muito finas semelhantes a capilares, propiciando um atendimento mais humano, evitando causar o rompimento do vaso durante a punção. O cateter é fixado com o auxílio de fita microporosa ou curativo transparente, dispensando o uso de talas. Para o cateter confeccionado em polímero policloreto de vinila, o tempo de permanência é de até 48 horas, enquanto que o cateter confeccionado em polímero poliuretano pode permanecer por até 72 horas.

Curativo transparente para fixação do cateter

Portanto, o scalp deve ser utilizado para administração imediata de medicação, onde não há necessidade de se manter o acesso no paciente. Já o cateter deve ser empregado para utilização intermitente de fluídos, onde há a necessidade de se manter o acesso no paciente por um período prolongado.

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Fontes: 

ARREGUY-SENA, C. A trajetória e validação do(s) diagnóstico(s) trauma vascular relacionado ao procedimento de punção venosa periférica e risco para trauma vascular relacionado ao procedimento a punção venosa periférica. Ribeirão Preto, SP; EERP-USP, 2002. Tese (Doutorado)-284p.
PHILLIPS, D.L. Manual de Terapia Intravenosa. 2ºed.Porto Alegre: Artmed,2001.
RICKARD_ET AL. Routine versus clinically indicated replacement of peripheral intravenous catheters: a randomised controlled equivalence trial. Lancet, v. 380 September, 2012.
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