Vírus Influenza: como devemos nos prevenir?

Com a chegada do outono, as atenções ficam novamente voltadas ao vírus Influenza. Nesse período, esse vírus, responsável pela causa das gripes, começa a circular com mais intensidade no país. Saiba mais!

Com a chegada do outono, as atenções ficam novamente voltadas ao vírus Influenza. Nesse período, esse vírus, responsável pela causa das gripes, começa a circular com mais intensidade no país.

A influenza representa uma das maiores preocupações das autoridades sanitárias mundiais. Primeiro, por causa da sua elevada transmissibilidade e, segundo, pela capacidade de gerar grandes epidemias. Do ponto de vista epidemiológico, essas epidemias e até as pandemias de influenza estão associadas às modificações na estrutura da sociedade que favorecem a disseminação de uma nova cepa, em contextos ecológicos, sociais e espaciais concretos.

O vírus da influenza pertence à família Orthomyxoviridae. A classificação em tipos A, B e C é possível após identificação do antígeno interno nucleoproteico. Os tipos A e B sofrem frequentes mutações e são responsáveis pelas epidemias sazonais, além das doenças respiratórias com duração de quatro a seis semanas e que, frequentemente, são associadas ao aumento das taxas de hospitalização e morte por pneumonia, especialmente em pacientes que apresentam condições e fatores de risco. O vírus C raramente causa doença grave.

Muitas epidemias tiveram origem pelo vírus da influenza A. Em 1918, estima-se que de 20 a 50 milhões de pessoas morreram em todo o mundo devido à popularmente conhecida gripe espanhola. Atualmente, além do influenza tipo A, conhecido como H1N1 ou gripe suína, alguns estados já registraram os primeiros casos de infecção pelo subtipo do vírus da influenza A, o H3N2.

A partir da experiência adquirida na pandemia de influenza de 2009, as atividades da vigilância epidemiológica foram sistematizadas para identificar o comportamento da influenza e fortalecer a capacidade de resposta da assistência, desenvolvendo medidas de intervenção oportunas e eficazes.

Segundo o último informe epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, já são 13 os estados brasileiros que registraram 57 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, (SARS, na sigla em inglês), causado pelo Influenza A (H3N2), o que resultou em 10 mortes somente neste ano, sendo três casos em São Paulo.

Monitoramento

São objetivos da Vigilância Epidemiológica de Influenza:

  • Monitorar as cepas de vírus que circulam e oferecer resposta rápida à circulação de novos subtipos;
  • Acompanhar a tendência da morbimortalidade para traçar estratégias de redução da carga da doença para a sociedade;
  • Buscar estratégias para reduzir a ocorrência de formas graves e óbitos;
  • Monitorar o padrão de gravidade da doença, detectando eventuais mudanças na virulência do vírus influenza.

Transmissão

A transmissão ocorre, principalmente, através do contato com partículas eliminadas por pessoas infectadas ou contato com mãos e objetos contaminados por secreções. É muito elevada em ambiente domiciliar, creches, escolas e em ambientes fechados ou semifechados, dependendo não apenas da infectividade das cepas, mas também do número e da intensidade do contato entre pessoas de diferentes faixas etárias. A transmissão também é elevada em aviões, navios e outros meios de transporte coletivo, onde são frequentemente registrados surtos de influenza A e B que acometem passageiros e tripulantes.

Prevenção

A terapêutica precoce reduz tanto os sintomas quanto a ocorrência de complicações da infecção pelos vírus da influenza, em pacientes com condições e fatores de risco para complicações bem como naqueles com síndrome respiratória aguda grave.

Vacinação:

As vacinas contra gripe são trivalente ou quadrivalentes, procurando proteger de três ou quatro tipos de influenza, ou seja, as doses sempre contêm os tipos H1N1, H3N2 e B.

A vacinação contra influenza tem demonstrado ser uma das medidas mais efetivas para a prevenção da influenza grave e de suas complicações. Existem diversas vacinas contra a influenza que diferem quanto à sua composição (tipo e quantidade de antígenos, presença de adjuvantes e conservantes) e que podem ter diferentes indicações, de acordo com a faixa etária. As vacinas utilizadas nas campanhas nacionais de vacinação contra a influenza do PNI são vacinas trivalentes que contêm os antígenos purificados de duas cepas do tipo A e uma B, sem adição de adjuvantes e sua composição é determinada pela OMS para o hemisfério sul, de acordo com as informações da vigilância epidemiológica.

Pacientes que são atendidos na rede privada ou conveniada, também devem buscar a prescrição médica com antecedência, junto ao seu médico de confiança, devendo apresentá-la nos postos de vacinação durante a realização da campanha de vacinação.

A estratégia de vacinação contra a influenza foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações em 1999, com o propósito de reduzir internações, complicações e mortes na população alvo para a vacinação no Brasil.

Em 2018, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI), do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, lança a 20ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, no período de 23 de abril a 1º de junho de 2018, sendo 12 de maio, o dia de mobilização nacional.

Na campanha, o grupo prioritário a se vacinar, além dos indivíduos com 60 anos ou mais de idade, serão as crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), as gestantes, as puérperas (até 45 dias após o parto), os trabalhadores da saúde, os professores das escolas públicas e privadas, os povos indígenas, os grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, a população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional. O público alvo, portanto, representará aproximadamente 60 milhões de pessoas. A meta é vacinar, pelo menos, 90% dos grupos elegíveis para a vacinação.

Para as pessoas que não fazem parte dos grupos cobertos pela campanha pública de vacinação, a recomendação é procurar clínicas particulares que sejam especialistas em imunização, e para quem vai viajar para os EUA, a indicação é que a pessoa seja imunizada com cepa quadrivalente.

Tratamento

O antiviral para o tratamento de influenza está disponível na rede de serviços pública de saúde, e é o fosfato de oseltamivir. O tratamento oportuno com o antiviral deve ser feito preferentemente nas primeiras 48 horas depois do início dos sintomas.

Quimioprofilaxia na influenza

Advertência

A quimioprofilaxia indiscriminada NÃO é recomendável, pois pode promover o aparecimento de resistência viral. A quimioprofilaxia com antiviral não é recomendada se o período depois da última exposição* a uma pessoa com infecção pelo vírus for maior que 48 horas.

*Considera-se exposição quando a pessoa teve contato com caso suspeito ou confirmado para influenza.

Dúvida frequente:

“Tomei a vacina em 2017, devo tomá-la em 2018 novamente?”

Deve-se salientar que ocorreram duas mudanças em relação à vacina trivalente indicada para a temporada de 2017 (cepas A H3/N2 Hong Kong/4801/2014 e B/Brisbane/60/2008-like).

A substituição periódica dos vírus contidos nas vacinas contra a gripe é necessária para que as vacinas sejam eficazes devido à natureza constante de evolução dos vírus da gripe.

Segundo recomendação da OMS, para a temporada de 2018 no hemisfério sul, cada dose da vacina influenza contém cepas do vírus Myxovirus influenzae inativados, fragmentados e purificados, correspondente aos antígenos hemaglutinina (HA):

 A/Michigan/45/2015 (H1N1)pdm09

 A/Singapore/INFIMH-16-0019/2016 (H3N2)

 B/Phuket/3073/2013

Contraindicações

A vacina é contraindicada para pessoas com história de reação anafilática prévia em doses anteriores, bem como a qualquer componente da vacina ou alergia comprovada grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados.

 

REFERÊNCIAS

CUGINI, D.M.; ET AL. Perfil epidemiológico dos casos de influenza A H1N1 em Taubaté – SP. BEPA, Bol. epidemiol. paul. (Online) vol.7 no.81 São Paulo set. 2010.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-04/virus-que-provocou-surto-de-gripe-nos-eua-tambem-circula-no-brasil. Acesso em 30/04/2018.

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/Nota%20Tecnica%20-%20antivirais%20no%20tratamento%20e%20profilaxia%20da%20influenza%20%20SMS-SP%20-%2020181_M.pdf. Acesso em 30/04/2018.

http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/abril/18/Informe-Cp-Influenza—01-03-2018-Word-final-28.03.18%20final.pdf. Acesso em 30/04/2018.

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