Resíduos de Serviços de Saúde

Os resíduos hospitalares ou de serviços de saúde são aqueles provenientes do atendimento ao paciente em qualquer estabelecimento médico, seja para seres humanos ou animais. Podem ser encontrados também em centros de pesquisas, laboratórios de análises clínicas e laboratórios de farmacologia.

Os resíduos hospitalares ou de serviços de saúde são aqueles provenientes do atendimento ao paciente em qualquer estabelecimento médico, seja para seres humanos ou animais. Podem ser encontrados também em centros de pesquisas, laboratórios de análises clínicas e laboratórios de farmacologia.

Descarte
Descarte

Esses materiais podem representar risco à saúde humana e ao meio ambiente se não houver a destinação correta, com procedimentos de manejo adequados ao diferentes tipos de resíduos gerados. Exemplos de resíduos: material biológico contaminado com sangue ou patógenos, seringas, substâncias tóxicas, inflamáveis e até radioativas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu regras nacionais sobre o acondicionamento e o tratamento do lixo hospitalar gerado. O objetivo da medida é evitar danos ao meio ambiente e prevenir acidentes com profissionais que trabalham diretamente na coleta, armazenamento, transporte e destinação desses resíduos.

Todo e qualquer resíduo que não seja tratado da forma correta pode causar sérias contaminações ao meio ambiente, como: rios, lagos, ou até mesmo lençóis freáticos, prejudicando, assim, qualquer ser vivo que entre em contato com a água.

Em especial, os perfurocortantes que podem contaminar o solo e ainda causar acidentes aos coletores de lixo

De acordo com a RDC 33/03, os resíduos são classificados como:

 

Resíduos do Grupo “A”

Apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos infectantes, como: bactérias, fungos, vírus entre outros.
Resíduos do Grupo “B”

Contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxidade. Exemplo: medicamento para tratamento do câncer, reagentes para laboratório, substâncias para revelação de filme de raio X, insumos farmacêuticos vencidos, contaminados e impróprios para uso, entre outros.
Resíduos do Grupo “C”

Apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características de radiação ionizantes, radiação cósmica, radiação natural dos materiais e enquadram-se também neste grupo os resíduos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviço de medicina nuclear e radioterapia.
Resíduos do Grupo “D”

Não oferecem qualquer tipo de perigo à saúde, como papel de uso em sanitário, fraldas, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuários, material utilizado em antissepsia, equipo de soro, entre outros.

Todo e qualquer resíduo comum, originado por pacientes com quadro infeccioso, deve ser considerado como do grupo “A”, infectantes.
Resíduos do Grupo “E”

Que apresentam risco de acidente com objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de cortar ou perfurar. Todos os perfurocortantes devem ser descartados separadamente: agulhas, escalpes, lâminas, lamínulas, ampolas de vidro, lâminas de bisturi, lancetas, entre outros.

O mais importante é que cada resíduo deve ser tratado conforme sua especificidade e descartado em local apropriado para evitar contaminação no modo geral. Conheça alguns exemplos de destinação correta de resíduos:

Resíduos tipo A: são armazenados em sacos de lixo branco resistentes, com a simbologia de MATERIAL INFECTANTE.

Resíduos tipo B: são armazenados em material rígido, adequado para cada tipo de substância química, tampa rosqueada e vedante, com a simbologia de TÓXICO.

Resíduos tipo C: são armazenados em material rígido, forrado internamente com saco plástico resistente, com a simbologia internacional de presença de ionizante com a expressão REJEITO RADIOATIVO.

Caso tenha algum perfurocortante contaminado com rejeito radioativo deve receber a inscrição “Perfurocortante” e a inscrição REJEITO RADIOATIVO.

Resíduos tipo D: são separados por cor:

Azul – Papéis

Amarelo – Metais

Verde – Vidro

Vermelho – Plástico

Marrom – Resíduos orgânicos

Preto – quando não é possível reciclar

Resíduos do tipo E: são armazenados em recipientes rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento com tampa, na cor amarela e com a simbologia de infectante.

Cada estabelecimento é responsável pelo próprio gerenciamento dos resíduos de serviço para saúde. Geralmente se utilizam de um conjunto de procedimentos de gestão, que são implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e a estes, proporcionar um encaminhamento seguro e eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. Assim, reduzem o volume de resíduos perigosos e a incidência de acidentes ocupacionais.

 

REFERÊNCIAS:

  • CARVALHO, Paulo Roberto de. Boas Práticas Químicas em Biossegurança. Rio de Janeiro: Interciência, 1999.
  • COSTA, Marco Antonio F. da; COSTA, Maria de Fátima Barrozo da; MELO, Norma Suely Falcão de Oliveira. Biossegurança – Ambientes Hospitalares e Odontológicos. São Paulo: Livraria Santos Editora Ltda., 2000.
  • DIVISION OF ENVIRONMENTAL HEALTH AND SAFETY. Photographic Materials: Safety issues and disposal procedures. Florida: University of Florida. (www.ehs.ufl.edu)
  • FIOCRUZ. Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde, 1998.
  • GUIDANCE for evaluating medical waste treatment technologies. 1993
  • HIRATA, Mario Hiroyuki; FILHO, Jorge Mancini. Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora Manole, 2002.
  • RICHMOND, Jonathan Y.; MCKINNE, Robert W. Organizado por Ana Rosa dos Santos, Maria Adelaide Millington, Mário César Althoff. Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia – CDC. Brasília: Ministério da Saúde, 2000

 

  • Imagem: Banco de Imagens
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