Entenda as diferenças entre alergia e intolerância alimentar


Intolerância e alergia alimentar, você sabe qual é a diferença? Não? Então fique tranquilo, pois você não é o único! Pelo contrário! 

É comum que se confundam estas duas condições, especialmente pois alguns sintomas são bastante parecidos. Porém, as reações são causadas por fatores diferentes, que precisam de cuidados especiais para cada caso.

Como tal assunto gera dúvidas e é comum que se faça confusão entre alergias e intolerâncias alimentares, no artigo de hoje vamos responder às perguntas relacionadas a esse tema. Se você também já fez essa confusão não deixe de ler, assim não confundirá mais.

Diferenças básicas entre intolerância alimentar e alergia alimentar

Entre 2% e 10% das pessoas no mundo possuem restrição a algum tipo de alimento. Dessa forma, vemos que alguns alimentos no supermercado alertam na embalagem que o produto pode conter elementos alérgenos.

Antes de mais nada é preciso esclarecer as diferenças entre alergia alimentar e intolerância alimentar, portanto vamos fornecer informações sobre cada condição nos próximos tópicos, causas e sintomas de cada condição e o que as distingue.

Isso porque para compreender as diferenças é necessário conhecer o que significa cada uma dessas condições, que em ambos os casos, levam o indivíduo a evitar o consumo de um determinado alimento, mas por motivos diferenciados.

Alergia alimentar – O que é, gatilhos para a condição e mais

Alergia alimentar é uma reação do organismo a algum alimento ou nutriente que o sistema imune do indivíduo percebe como um invasor, colocando os anticorpos a combater essa substância tida como agressora ou perigosa, o que provoca uma reação contra ela, gerando a alteração no corpo da pessoa alérgica.

A intensidade dos sintomas pode variar muito, a pessoa pode ter desde uma resposta leve até uma reação mais grave como um choque anafilático – que às vezes é fatal – o que torna importante que a alergia seja detectada, a fim de evitar esse risco.

Pessoas asmáticas, ou que possuam rinite e/ou dermatite atópica possuem maior propensão a desenvolverem alergias alimentares. 

Entre os principais gatilhos para alergia alimentar estão:

  • Fatores genéticos;
  • Fatores socioculturais;
  • Alimentação inadequada.

Intolerância alimentar – O que é, fatores de risco e mais

Já no caso da intolerância alimentar, é quando o indivíduo não possui uma absorção correta de determinado alimento, ou seja, o organismo da pessoa não metaboliza o alimento da maneira esperada – o que na maior parte das vezes, incorre em sintomas e desconfortos gastrointestinais.

A intolerância causa alguma manifestação no corpo relacionada à substância ingerida. Em muitos casos, a pessoa não consegue identificar qual é o alimento responsável pelo problema, mas, muitas vezes, não apresenta reações graves.

Entre os principais fatores para intolerância alimentar destacamos:

  • Pessoas que já tenham predisposição a ser intolerante a algum alimento (o que em determinada situação pode provocar o problema);
  • Indivíduos com gastroenterite e que já apresentam intolerância;
  • Uso de medicamentos e outros componentes que também possam desencadear sensibilidade a algum alimento.

Manifestação das condições de alergia e intolerância 

Para diferenciá-las corretamente, é necessário entender como elas se manifestam no corpo, já que na maioria das vezes, para que a pessoa apresente a alergia, é importante que ela já tenha tido contato prévio com a substância alérgena, mesmo que seja na pele.

Porém, é muito comum que o indivíduo sequer saiba que já teve contato com o alimento causador da alergia, como por exemplo, cremes com base de amêndoas. É possível que o organismo já tenha considerado o elemento como um agressor e isso desencadeia reações ao consumir algum alimento que contenha amêndoas.

Também há a possibilidade da criança apresentar reações alérgicas pois a mãe teve contato com determinado alimento na gestação, ocasionando sintomas que podem ser: gastrointestinais, respiratórios e/ou cutâneos.

Para que você entenda melhor, usaremos um exemplo clássico, o leite.

Enquanto a intolerância é provocada pelo açúcar do leite, a alergia é ocasionada pelas proteínas, porém, algumas destas são destruídas na fervura, o que explica alguns indivíduos apresentarem reações distintas ao ingerir o leite cru e cozido.

O tempo do início dos sintomas também diferencia as duas condições, pois em boa parte dos casos de alergia, as reações tendem a manifestar-se mais rapidamente no organismo, ao passo que a intolerância pode levar horas ou dias para desencadear sinais após a ingestão do alimento gatilho.

Importância do diagnóstico correto

Ultimamente é comum pessoas dizerem que tem alergia ou intolerância a alguns alimentos, mas o diagnóstico correto só pode ser dado após avaliação do profissional de saúde.

Isso porque, em muitas situações, a pessoa crê estar com problemas por sentir que o corpo reagiu aos alimentos ingeridos, porém, é possível que algum alimento específico presente em vários pratos seja o gatilho para os sintomas,

É necessária uma investigação médica completa, considerando hábitos alimentares e outras questões, em especial quando os sintomas aparecem com recorrência.

Testes clínicos complementares também auxiliam no diagnóstico.

Também é  fundamental ter atenção à intensidade e à frequência dos sintomas. Uma dica é que pessoas com histórico de alergia ou intolerância mantenham um diário alimentar para facilitar o diagnóstico de uma possível alergia ou intolerância a alguma substância.

O diagnóstico correto é crucial – isso porque algumas dietas para alérgicos são bastante restritivas e podem prejudicar a saúde – o que coloca o acompanhamento do especialista como imprescindível.

É possível prevenir alergias alimentares?

Fatores como questões hereditárias e genéticas fogem ao controle, porém, existem maneiras de prevenir alergias alimentares, entre elas a introdução tardia de alimentos alergênicos na dieta da criança, principalmente se existirem casos anteriores na família.

Isso coloca o histórico familiar como fator de importância, pois caso existam antecedentes de alergia alimentar ou manifestação prévia de sintomas alérgicos, pode ser necessário retardar a introdução de certos alimentos. 

O pediatra é  fundamental para orientar os pais na alimentação da criança, já que a introdução de alimentos ainda durante a infância pode influenciar diretamente o futuro alérgico dela.

Nos adultos, como prevenção é necessário estar atento à ingestão de alimentos como:

  • Camarão;
  • Mariscos;
  • Amendoim;
  • Peixe.

Também deve-se diminuir fatores colaterais como utilização exacerbada de antibióticos, que alteram a microbiota do organismo e manter uma alimentação saudável para evitar tanto alergias quanto intolerâncias alimentares.

Como conviver com as condições, cuidados a tomar e dicas

É possível levar uma vida normal e conviver com as duas condições, já que conhecendo o problema e tendo o diagnóstico, a pessoa se organiza para viver da melhor forma possível. Dessa forma seguem algumas dicas:

  • Atenção aos rótulos dos alimentos e nas substâncias presentes nos produtos e a quantidade que aparece;
  • Certos medicamentos têm lactose. Em baixa quantidade ela costuma ser tolerada pelo organismo, mas mesmo assim é importante estar atento;
  • Não fique “na neura” com a intolerância e a alergia, tome os cuidados necessários e leve uma vida normal dentro do possível;
  • Pessoas que sofrem com alergias severas devem evitar o contato com determinadas substâncias;
  • Se você é alérgico crônico, sempre comunique as pessoas do seu convívio;
  • Crianças trocam alimentos na aula, então vale informar a escola sobre condições de intolerância e/ou alergia.
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