Rotina de troca de dispositivos hospitalares


Quando se fala em cuidados nos ambientes e estabelecimentos de saúde onde se praticam procedimentos que envolvem fluidos humanos, tais como:

  • Postos de saúde,
  • Hospitais;
  • UPA’s;
  • Laboratórios e clínicas;
  • UTI’s
  • Maternidades;
  • Hemocentros;
  • Entre outros.

Toda a cautela é pouca! 

Dessa forma, escolhemos esse tema para abordar no artigo de hoje para que você compreenda como funciona a troca dos dispositivos hospitalares (sondas, dispositivos de punção venosa…), a frequência com que esse procedimento é realizado nos pacientes internados e também o risco de não realizar essa troca, bem como a importância de utilizar sempre produtos estéreis.

Se esse assunto é do seu interesse, continue lendo e fique bem informado sobre esses parâmetros de segurança, pensados para o bem-estar do paciente e suprimir quadros de infecção hospitalar.

Troca de dispositivos hospitalares – qual seu objetivo?

 A infecção hospitalar figura no rol das maiores causas de morte ao redor do mundo. Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) cerca de 234 milhões de pessoas são operadas a cada ano a nível mundial. 

Desse total, por volta de um milhão vem a falecer por decorrência de infecções hospitalares e o altíssimo número de sete milhões costumam apresentar complicações no período  pós-operatório.

A infecção hospitalar, por definição, é a entrada, desenvolvimento e proliferação de agentes infecciosos, como:

  • Vírus;
  • Bactérias;
  • Protozoários;
  • Fungos.

Que acomete pacientes que estão sob cuidados médicos nos serviços de saúde e estabelecimentos como os citados na introdução deste artigo.

Aqui no Brasil, de acordo com dados captados e veiculados pelo Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 1 a 15% dos pacientes internados em hospitais brasileiros acabam adquirindo alguma infecção.

Dessa forma, o objetivo primordial da troca periódica dos dispositivos hospitalares é evitar a ocorrência de infecções e/ou a proliferação de microorganismo nocivos à saúde humana.

Avanço nos cuidados em estabelecimentos de saúde 

O avanço da medicina e da microbiologia aumentou as tecnologias que previnem a contaminação – que é sempre uma das grandes preocupações sanitárias – e melhoraram as medidas preventivas no que tange à preservação da vida humana.

Essa rotina de trocas, portanto, sozinha ou aliada a outros procedimentos, como o processo da esterilização, por exemplo, inibe grandemente a ocorrência da proliferação desses microrganismos, que podem estar presentes em qualquer lugar, objeto, roupa, ou equipamento de saúde que entra em contato direto ou mesmo indireto com pacientes, levando a causar a temível contaminação.

Pensando nisso, em outubro de 2004, a Organização Mundial da Saúde lançou a Aliança Mundial para Segurança do Paciente: a cada ano, organiza programas que abrangem aspectos sistêmicos e técnicos com objetivo de melhorar periodicamente a segurança do paciente, a nível mundial.

A cada dois anos, um novo desafio é formulado pela Aliança, visando promover e engajar os membros em temáticas consideradas essenciais para alavancar a melhoria dos sistemas de saúde pelo mundo.

E o primeiro Desafio teve como foco as infecções adquiridas em ambientes de assistência à saúde, tamanha a importância desse tema.

Nos tópicos seguintes, conheça os parâmetros de segurança e especificações para a rotina de troca dos dispositivos hospitalares.

Rotina de troca de dispositivos e materiais de uso hospitalar e tempo de permanência

A rotina de trocas envolve tempo específico para cada tipo de dispositivo, porém é necessário que a equipe de colaboradores de saúde responsável faça um monitoramento contínuo de forma a avaliar de forma diária os dispositivos dos pacientes, seja para efetuar a troca conforme o tempo estabelecido, quanto pela necessidade, caso haja mau funcionamento, sujidade ou outras situações.

Escolhemos alguns dos dispositivos mais utilizados para mostrar os detalhes da rotina de troca referentes a eles.

Cateteres periféricos 

A avaliação da necessidade de permanência deve ser diária e a remoção deve ocorrer tão logo não haja medicamentos endovenosos prescritos ou, se nesse meio tempo, o  cateter não tenha sido utilizado pelo período de 24 horas.

É imprescindível remover o cateter periférico na suspeita de contaminação, complicações ou mau funcionamento. E, em caráter rotineiro, o cateter periférico não deve ser trocado logo após um período inferior a 96 horas. 

Cateter venoso central

Devem ser sempre mantidos limpos e secos e a recomendação é que nas primeiras 24 horas após a inserção do cateter sejam utilizados curativos com gaze e fita adesiva.

A troca do curativo do cateter venoso central precisa ser trocado sempre que estiver sujo, molhado ou solto. Os curativos com gaze e fita adesiva devem ser substituídos a cada 48 horas e os transparentes semi- permeáveis a cada 5 dias.

Cateteres inseridos em situação de emergência 

A troca para outro dispositivo precisa ser feita em até 24h,  não devendo ultrapassar esse período.

Cateterismo vesical

Trocar a sonda e bolsa coletora somente quando houver vazamento, obstrução ou sob orientação médica. Não desconectar o sistema coletor da sonda a não ser que seja absolutamente necessário e por indicação médica.

Bolsa coletora de urina 

Tempo indeterminado, porém, caso haja necessidade de troca da sonda vesical, é preciso fazer a substituição de todo o sistema, além de esvaziar a bolsa quando ela atingir 2/3 da capacidade.

Sonda nasoenteral

Também pode operar por período indeterminado, exceto no caso de retirada acidental, porém a fixação deve ser trocada a cada 24h.

Frasco de aspiração 

Indica-se a troca a cada 24h e desprezar o conteúdo do frasco sempre que completar 2/3 da sua capacidade. É preciso também lavar o circuito após cada aspiração, protegendo a ponta do tubo de aspiração com uma gaze.

Sonda orogástrica

Dispositivo de uso individual. Deve ser trocado a cada 72h, quando houver sujidade ou mau funcionamento. É um material de uso único que é solicitado descartar após o uso.

Sonda enteral (com fio guia/mandril

Uso individual e sem troca programada, mas de uso único, portanto, deve ser descartado após o uso. Em caso de retirada acidental da sonda, caso recentemente passada, poderá ser reutilizada no mesmo paciente, após ser higienizada, caso esteja em perfeita condição de uso. 

Cuidado nunca é demais!

Dessa forma, utilizar materiais estéreis sempre que indicado pelas normas da Anvisa promove higiene nos estabelecimentos de saúde, além de prevenir complicações e infecções hospitalares.

A reutilização de materiais é uma prática permitida pelos órgãos fiscalizadores dependendo do dispositivo hospitalar e da situação e deve ser sempre realizado com a maior cautela e procedimentos de esterilização e limpeza bem apurados. Saiba mais sobre esse assunto neste link

Aproveite a visita ao blog e conheça nosso catálogo de dispositivos hospitalares. 

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