O verão já chegou, vamos prevenir a Dengue

O verão é uma delícia, não é? Podemos aproveitar praias, piscinas e fazer brincadeiras ao ar livre, mas com ele sempre temos também chuvas intensas e que se não nos atentarmos, nos expomos a mosquitos perigosos, como os Mosquitos da dengue, que só precisam dessas águas de chuvas paradas em pneus velhos, vasos de plantas, cisternas entre outros para se proliferarem.

O Aedes aegypti se desenvolve em quatro fases: ovo, larva, pupa e mosquito adulto. Na fase da larva eles necessitam de água parada, limpa ou suja, para se desenvolver. Uma vez imersos, os ovos se desenvolvem rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o mosquito adulto. Sendo assim, os casos tendem a aumentar muito no verão!

Transmissão

A dengue em si é transmitida através da picada da fêmea do Aedes aegypti. Quando ela está infectada com o vírus e pica uma pessoa saudável, transmite o vírus da dengue e isso ocorre normalmente na fase de acasalamento do mosquito, uma vez que as fêmeas precisam de sangue para garantir o desenvolvimento dos ovos e por isso picam.

A fêmea do mosquito costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ela pode atacar à sombra, seja dentro ou fora de casa.

O período de incubação da doença pode variar de 3 a 15 dias, sendo mais comum até o 6º dia. Entretanto, após esses fatídicos 6 dias, será considerado um caso suspeito de dengue todo paciente que apresentar febre de início súbito, com duração máxima de 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sinais ou sintomas:

  • Cefaleia (dor de cabeça)
  • Dor no fundo dos olhos
  • Dor muscular ou nas articulações
  • Fraqueza
  • Exantema (erupção cutânea que ocorre em doença aguda provocada por vírus)

Como a doença é causada por vírus, os sintomas também podem ser inespecíficos, pois como se sabe, às vezes podem parecer apenas um resfriado ou gripe forte de início, ou ainda nem haver sintomas.

Caso o quadro se agrave, outros sintomas poderão aparecer, tais como:

  • Dor abdominal intensa (referida ou à palpação)
  • Vômitos persistentes
  • Queda da pressão arterial
  • Fígado aumentado
  • Sangramento de mucosas (ouvido, nariz, gengivas…)

Tipos do vírus

Existem quatro tipos diferentes do vírus transmissor da dengue com os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Todos podem causar as diferentes formas da doença e, por isso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) deve ser devidamente classificada como: clássica, hemorrágica e com complicações.

Dessa forma, a condução do diagnóstico e seu tratamento tornam-se mais adequados. O diagnóstico é basicamente feito pelo exame clínico e laboratorial por métodos sorológicos, indicados em momentos distintos da doença. Além disso, há também os testes rápidos que detectam anticorpos IgG, IgM e NS1 contra o vírus da dengue, nesses casos são identificados a partir do contato com soro, plasma e sangue total do paciente.

Há, ainda, a prova do laço, que é um exame rápido que deve ser feito obrigatoriamente, por exigência da OMS, em todos os casos de suspeita de dengue, já que permite identificar a fragilidade dos vasos sanguíneos, comuns da infecção pelo vírus da dengue. Só não será realizada em pacientes que já apresentem sinais de hemorragia, neste caso será controlado por exames de sangue feito em tubos de EDTA através da contagem de plaquetas.

Tratamento

O tratamento é basicamente feito com hidratação endovenosa, ou seja, precisa-se internar o paciente, submetê-lo a uma punção com cateter Intravenoso e realizar a infusão de soroterapia, conforme prescrição médica, de forma contínua através de um equipo macrogotas e medicamentos sintomáticos (para tratar febre, a dor e a hemorragia caso ocorra). O tratamento deve ser iniciado o quanto antes, quando há suspeita do caso e conforme a classificação clínica realizada por profissional de saúde.

Fique atento com os possíveis “Criadouros”

Ainda assim, o destaque na prevenção fica para cuidados com os criadores do mosquito, ou seja, orienta-se não deixar água acumulada nos recipientes, sendo que a maior parte dos focos do mosquito está nos domicílios. Atenção para: garrafas PET e de vidro, lajes, ralos, vasos sanitários, piscinas, coletor de água da geladeira, ar condicionado, calhas, cacos de vidros nos muros, baldes, vasos e “pratos” de plantas, caixas d’água, cisternas e poços, vasilhas de animais, lixeiras, lixos e entulhos entre outros! Não deixe acumular água, sujeira e não deixe abertos caixas d’água e vasos sanitários, para não facilitar o depósito dos ovos do mosquito.

Toda atenção é pouco! A dengue pode matar. Previna-se e sempre procure serviços médicos se houver qualquer suspeita.

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