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Outubro Rosa: um toque que salva vidas

O que é câncer de mama? Quem ele afeta? Qual o diagnóstico?

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O que é câncer?

Por definição, câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.

O que é câncer de mama?

Especificamente, o câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve no tecido da mama. Essa neoplasia é um problema que está despertando maior atenção na saúde pública mundial. Além disso, é uma doença complexa cujo tratamento requer a cooperação de diferentes profissionais e saberes.

O câncer de mama tem sido um dos maiores problemas de saúde pública em todo o mundo, sendo provavelmente o mais temido pelas mulheres devido a sua alta frequência e pelos seus efeitos psicológicos. Sua incidência se constitui uma pandemia global, atingindo tanto países desenvolvidos como nações em desenvolvimento.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA)*, foram estimados em 2016, 57.960 casos de câncer de mama e um risco estimado de 56,20 casos a cada 100 mil mulheres.

O controle do câncer de mama é prioridade da agenda de saúde no Brasil. A perspectiva atual do Sistema Único de Saúde (SUS) é impulsionar a organização das redes regionalizadas de atenção à saúde para garantir a detecção precoce, a investigação diagnóstica e o tratamento oportuno, reduzindo o número de casos de doença avançada e a mortalidade pela doença.

A prevenção deve ser também valorizada por meio da informação e de oportunidades para a adoção de práticas mais saudáveis.

Detecção precoce

A detecção precoce do câncer de mama significa identificar o tumor em fase inicial e aumentar as possibilidades de tratamento. O diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta a sobrevida das mulheres em comparação ao diagnóstico de tumores em fase avançada.

As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o AUTOEXAME DA MAMA, o exame clínico e a mamografia. A mamografia e a ultrassonografia identificam tumores não palpáveis, mas apresentam alto custo e não fornecem resultados operacionais para serem aplicados em grandes massas populacionais, consagrando-se o AUTOEXAME DA MAMA mensal como estratégia de escolha, uma vez que se caracteriza como prevenção secundária, sem custos e segura.

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As pesquisas indicam impacto significativo do AUTOEXAME DA MAMA na detecção precoce do câncer de mama, registrando-se tumores primários menores e menor número de linfonodos axilares invadidos pelo tumor (ou por células neoplásicas) nas mulheres que fazem o exame regularmente, além de haver também detecção de pequenas mudanças nas propriedades físicas das mamas, diminuindo assim a probabilidade de metástase e aumentando a sobrevida. Estudos demonstram que a sobrevida em cinco anos tem sido de 75% entre as praticantes do AUTOEXAME DA MAMA contra 57% entre as não praticantes.

Prevenção

A prevenção do câncer de mama significa diminuir ou eliminar a exposição da mulher aos fatores de risco a fim de reduzir a possibilidade da ocorrência da doença ao longo da vida:

  • Consumo excessivo de álcool, excesso de peso (principalmente na pós-menopausa), e terapia de reposição hormonal aumentam o risco de câncer de mama;
  • A terapia de reposição hormonal (TRH), principalmente a terapia combinada de estrogênio e progesterona, aumenta o risco do câncer de mama. O aumento de risco de desenvolver a doença diminui progressivamente após a suspensão da TRH;
  • A exposição excessiva à radiação ionizante, como as utilizadas em exames de imagem (raios X, tomografia e mamografia), também aumenta o risco de câncer de mama;
  • Por meio da alimentação saudável, da atividade física e do controle do peso corporal é possível evitar 28% dos casos de câncer de mama;
  • A amamentação exclusiva até os seis meses é um fator protetor para a saúde em relação ao câncer de mama.

Diagnóstico

O rastreamento por meio de mamografia diminui a mortalidade em cerca de 20% entre as mulheres de 50 a 69 anos de idade.

A realização de mamografias de rotina (rastreamento) fora da faixa etária de 50 a 69 anos aumenta o risco de diagnosticar cânceres que nunca causariam sintomas (sobrediagnóstico) e de expôr desnecessariamente a mulher à radiação ionizante. A mulher deve ser informada sobre riscos e benefícios da mamografia de rastreamento e decidir se quer realizar o exame.

O diagnóstico em estágios avançados da doença reduz as chances de cura e é um dos fatores responsáveis pela alta taxa de mortalidade.

Para que a prática do AUTOEXAME DA MAMA consiga alcançar seu objetivo de detecção precoce do câncer e consequente queda da mortalidade, as campanhas sobre o mesmo devem ser realizadas de modo a fornecer informações mais completas sobre a técnica e a importância do autocuidado, concomitante ao incentivo na área educativa, para que essas informações se incorporem ao comportamento da mulher. A divulgação do método deve ser estimulada em todos os níveis assistenciais, tanto por médicos quanto por demais profissionais de saúde, ressaltando-se a sua importância dentro do contexto assistencial ao sexo feminino, para que sejam alcançados os diferentes grupos sociais de forma efetiva.

 

REFERÊNCIAS

INCA – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Disponível em http://www.inca.gov.br.

MONTEIRO, A.P.S.; ET AL. Autoexame das Mamas: Frequência do Conhecimento, Prática e Fatores Associados. RBGO – v. 25, nº 3, 2003.

RODRIGUES, J.D.; CRUZ, M.S.; PAIXÃO, A.N. Uma análise da prevenção do câncer de mama no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 20(10):3163-3176, 2015.

Tua Saúde em /www.tuasaude.com/

Nota: As Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil podem ser acessadas através do link: http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/livro_deteccao_precoce_final.pdf

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